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domingo, 30 de outubro de 2011

Filho de Hermes


Imagina você sem berço...
Sendo filho do vento,
Você ainda não soprou terço.
Mas eu já me contento.

Hoje não tenho medo de chorar,
Não quero me destruir.
Meu pensamento jã não precisa falar.
Vento, ar, voar, pensar e sentir.

De qualquer autor

As pessoas não entendem que não basta só querer,
Tem toda uma magia intencional
Provocada no olhar de quem ver.
A falsidade emocional.

Para que o amor aconteça
Não importa se você me mereça.
Para que isso aconteça,
Não precisa passar de loucura da minha cabeça.

Não é só se casar e ter uma vida a dois,
O amor é além, amar é fazer arte.
Não pode também pensar no depois,
Tem que jogar a cabeça em Vênus e Marte.

A arte do drama, a arte de ser insensato.
O amor é aquela fuga da realidade
Uma droga hormonal, um som abstrato,
Com ou sem maldade.

E viver de uma forma menos feia.
Sendo assim o amor é uma ideologia barata,
A verdade também pode ser só meia,
Não a teoria exata.

Podendo ser comprado em uma música ou filme,
serve para exprimir situações que não acorreram
De um forma tão sublime,
que é certo o que dizem do primeiro.

Porque só o amor tem essa magia
De fazer verídico a fantasia.
O amor, sim, o amor.
Ele vem bem vestido, disfarçando o terror.

Esse moço que veio
E sentou do meu lado.
Disse que não era de lugar nenhum,
Porém era amado.

Um amor assim tão invisível
A ponto de eu poder ver claramente
Com todas as iluminações dos meu olho infalível.
Cegamente.

O moço amor não passou de uma imagem,
De êxtase de qualquer autor.
Uma doente miragem
Pra refletir o que é amor.

Aprenda brincar com marionete

As vezes eu acho
Que estamos sonhando.
Tem quem faça força pra ser macho,
Quem viva namorando.

São tantas coisas pequenas
Totalmente desprezíveis.
Vejo na TV algumas cenas,
Mas prefiro as pessoas invisíveis.

As vezes eu penso que somos apenas alma,
Pagando o preço por outra vida.
Isso me ajuda a ter calma
E tentar me convencer que não preciso me preocupar com a partida.

As vezes acho que já morremos,
Não é possível ser tudo real.
Nesse mundo em que vivemos,
Onde a verdade não existe, apenas o carnal.

As vezes encontro pessoas que tentam me convencer,
que eu estou errada.
Que a vida não foi feita para viver
E sim, conseguir a passagem pro céu tão esperada.

Não, nada compensa isso tudo.
Se existe alguém por ai brincando com marionetes,
Saiba que eu acho isso um absurdo
E não vou ser sua tiete.

Mesmo eu sendo só uma bactéria de antipatia
No meio da podridão,
Não vou me render pela maioria,
Nem mentir em oração.

Não assinei nenhum contrato,
Não que eu saiba.
Não vou me enjaular em um retrato,
Não há moldura que me caiba.

Então dê alguma luz,
Caso você tenha boa vontade.
Diminua a fila do SUS,
E me prove que não é o lado errado o que a maioria ver como maldade.

A feminista (1)


Era uma vez um Senhor,
Que quis dar vida à matéria.
Disse que foi por amor,
Quem me dera.

Então pegou o barro e deu vida,
Dividiu em dois.
E Lilith de Adão foi dividida,
Como feijão com arroz.

Lilith não se contentou e reclamou para Adão:
- Porque tenho que ficar por baixo de ti,
Durante nossa fornicação?
- Porque Deus fez a terra pra mim.

A feminista (2)


- Eu não vou ser submissa a você Adão!
- Obedeça o Senhor minha amada...
- Vou reclamar e vai ver como eu tenho razão.
- Fica quieta Lilith, por baixo e senta minha espada.

Então a maravilhosa pensou: “Não quero mais obedecer,
Vim do barro como Adão”.
- Lilith! Sou eu Lucifer,
Vim te ajudar na comparação.

- Capeta, eu quero me vingar de Adão,
Ele quer que eu foda com ele e ainda quer ficar por cima.
E não quero mais ter essa estúpida obrigação,
Eu já nem sinto aquele clima.

- Lilith não me chame de Capeta,
Nome feio pra porra,
Eu te prometo que Adão não vai tocar na sua teta,
E vou te ajudar fazer com que ele também morra.